terça-feira, 6 de janeiro de 2009

FOGUETEIROS


Arte - Bavcar - fotógrafo





É preciso crer em nossa libertação de relâmpagos viciados, que alugaram o território dos neurônios.

Dizem que os flashes são indispensáveis para a auto-estima sobreviver. Assim, nos aventuramos, olhando para o céu. Assumimos o manche de nosso teco-teco, mesmo sem sair do chão.

Para meus jovens pais, os foguetórios eram especiais.
Acho que eles sabiam que, pior que carregar costumes na mochila, de um ano para outro, é o apego às nóias que virão.

Nos tempos de carência concreta, reservávamos nossos fogos para poucas festas. Santo padroeiro, casamentos, quando nosso time era campeão.
Agora, as carências são outras e complexas.

Diz a turma da auto-ajuda: vamos lavar a roupa suja com doses extras de entusiasmo. Repensar amores e aventuras, trocar os quadros da parede. O apego faz mal pra alma irrequieta.




Ser fogueteiro não é pra qualquer um.

Reinventemos o sentido da palavra “espetáculo”.

Vamos deslumbrar nossos olhos com a lua cheia, as estrelas e o pôr do sol.

Perguntemos, sem medo de nos chamuscarmos: cada foguete espocado pipoca no céu pranchaços de alegria, orgulho por tudo que realizamos, e saltos triplos na concretização da paz mundial, tolerância e solidariedade?

Fogueteiro. Assim ele era chamado. Não tinha fábrica, não foi pra frente de batalha. Sua missão era conduzir, com as mãos calejadas, relâmpagos estrondosos no céu.

Agora, fogueteiros são jovens, adultos, juvenis.

Todos estão perfilados no campo de batalha.

O estoque está pronto. Não pode restar vencido. Que venham momentos especiais em 2009!

O crepúsculo de Van Gogh

As nuvens eram criaturas selvagens e ‒ ao mesmo tempo ‒ gatos, cães, jacarés e lagartos, perfilados no horizonte próximo. piscaram...